Logo que despertou do coma e começava a recobrar as forças, o Secretário de Finanças do Balneário Rincão, Valberto Berkenbrock, de 48 anos, fez uma promessa: teria saúde suficiente para agradecer, pessoalmente, a graça recebida de Deus, por intercessão da Beata Albertina Berkenbrock. A missão foi cumprida neste final de semana, quando ele, acompanhado de uma comitiva formada por familiares e amigos, foi ao Santuário da jovem mártir, situado na comunidade de São Luiz, na cidade de Imaruí, entregar uma placa de agradecimento àquela que está prestes a ser declarada pelo Papa como a primeira santa genuinamente brasileira.
“Breck”, como é conhecido entre os amigos, demonstrou estar praticamente restabelecido ao percorrer os mesmos caminhos que os devotos da beata catarinense nascida em Imaruí e assassinada aos 12 anos de idade, em 1931, fazem regularmente. Emocionado e agradecido pela dádiva, fez questão de rezar aos pés do mausoléu onde repousa a imagem da Beata, bebeu água benta no local, visitou a casa onde a menina, que era sua prima de segundo grau, viveu e foi velada e, por último, nesta domingo (12) acompanhou a missa na igreja que guarda os restos mortais da adolescente.
Um dos momentos mais comoventes, no entanto, foi registrado no final da tarde de sábado (11), quando Valberto, acompanhado da família, encontrou uma das irmãs da Beata, Maria Berkenbrock Feüser, de 83 anos, comerciante vivaz e cheia de fé, que comanda um empreendimento imponente na localidade de Vale do Cedro, no município de São Martinho. “Não tenho dúvidas de que meu primo, Valberto, foi tocado pelas mãos milagrosas da Santinha Albertina”, admitiu a senhorinha simpática que ainda estava no ventre da mãe, Josefine, no dia da morte prematura de Albertina.
Confirmar a fé que nutre pela “santinha” foi pouco diante das dificuldades que Valberto enfrentou durante o tempo em que se viu entre a vida e a morte em uma cama de hospital. O Secretário foi internado, às pressas, no dia 18 de dezembro do ano passado no Hospital São João Batista, em Criciúma, com gravíssima crise de hipoglicemia diabética (o nível de glicose era de aproximadamente 40), a um passo do coma diabético. Chegou a entrar em coma profundo, mas, graças à “força divina” e aos esforços dos médicos, manteve-se estável. No dia 1º de janeiro deste ano, foi transferido, ainda com o quadro clínico agravado, para o Hospital São José, onde permaneceu até o dia 21 do mesmo mês.
Quando chegou à sua casa, na área rural de Forquilhinha, disse que respirou o ar puro do lugar, pediu para comer peixe e pensou: “Deus devolveu a minha vida e, daqui para frente, me tornarei um novo homem”. Com a ajuda da família, dos amigos e, como faz questão de frisar, sob as bênçãos da Beata Albertina Berkenbrock, vem cumprindo a promessa. “E com a diabete sob controle”, acrescenta ele, com a voz embargada.