Mesmo com as fortes chuvas, produtores e indústrias preveem boa safra e negociações positivas.
Em Santa Catarina, segundo estado que mais produz arroz em todo o território brasileiro, a colheita é mais do que o fim de uma safra. Para os agricultores, é a celebração do trabalho árduo e do zelo incondicional para que os melhores grãos sejam destinados às indústrias. As expectativas da cadeia produtiva para 2024 são de bons resultados, mesmo após os desafios climáticos enfrentados nos meses passados. Além disso, um dos grandes pontos positivos é que a qualidade do cereal catarinense, reconhecida internacionalmente, também deverá se manter.
Ao longo do período de plantio e desenvolvimento, que acontece entre os meses de agosto e novembro, os agricultores enfrentaram chuvas constantes. Com a conferência contínua na previsão do tempo, um medo persistia: a qualidade do arroz. Conforme explica a engenheira agrônoma, Rafaela de Mattia, cuja família possui 80 hectares de arroz em Nova Veneza, no Sul de Santa Catarina, a presença da luz solar é imprescindível durante o período de afloração, pois interfere diretamente nesse aspecto.
No entanto, apesar dos desafios enfrentados no início do cultivo e algumas pancadas de chuvas que aconteceram no primeiro mês do ano, com o aumento das temperaturas entre dezembro e janeiro, as plantações conseguiram se desenvolver e o cereal colhido mantém as características singulares dos anos anteriores. “Esta safra será um pouco diferente no que diz respeito à produtividade, mas não faltará arroz. Já estamos colhendo e esperamos continuar com os resultados positivos até o fim deste processo, que será em março”, afirma.
A área total plantada nas milhares de lavouras catarinenses ultrapassa 145 mil hectares. Nesse cenário, a projeção do Governo do Estado é de que a colheita atinja mais de 1,2 milhão de toneladas do grão, com uma produtividade média de 8.541 kg. São mais de duas mil famílias envolvidas na produção e 50 mil empregos gerados por todas as indústrias que beneficiam o cereal em Santa Catarina.
Uma parceria de sucesso
Com silos próprios para armazenar os frutos da colheita, Rafaela já comercializa parte dos grãos colhidos com as indústrias e garante que terá arroz para fazer bons negócios até o fim do ano. “Assim, mantemos um contato frequente com as indústrias, buscando sempre um benefício mútuo”, explica.
Por mais que a troca entre ambos seja maior neste período de negociação, as empresas permanecem à disposição ao longo de todo o ano para auxiliar nas dúvidas, prestar orientações e colaborar com outras necessidades que possam surgir. “É essa parceria que impulsiona a produtividade, promove a sustentabilidade e fortalece todo o sistema agrícola, garantindo um futuro próspero para todos os envolvidos”, frisa o presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC), Walmir Rampinelli.
As indústrias também desempenham um papel extremamente importante na cadeia produtiva: garantir que os melhores grãos cheguem à mesa dos brasileiros de Norte a Sul. Com processos que garantem a qualidade do arroz que vai ao prato, elas são as responsáveis por beneficiar e comercializar o cereal que foi plantado, cultivado e colhido com muita atenção pelos agricultores.
Para Rampinelli, a soma do olhar atencioso dos agricultores e os mecanismos tecnológicos das indústrias é o que resulta em um produto único. “Essa sinergia não apenas garante a qualidade do produto final, mas também impulsiona a competitividade do setor, permitindo que o arroz catarinense se destaque tanto no mercado nacional quanto internacional”, evidencia.
Sobre o SindArroz-SC
Fundado no ano de 1975, o Sindicato das Indústrias do Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) atua como representante das empresas cerealistas do estado. Com 26 indústrias associadas, a entidade tem como um dos principais objetivos conquistar melhorias para toda a cadeia produtiva do alimento, bem como servir como ponte para beneficiadoras do grão. A rizicultura catarinense é responsável por 15% do abastecimento nacional e geram milhares de empregos no solo catarinense, além de em outras regiões do país.