Agora réu, ele responde por homicídio triplamente qualificado, por feminicídio, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, atingida com 29 facadas.
Mais um caso de feminicídio teve encaminhamento pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O Promotor de Justiça da Comarca de Forquilhinha, Cleber Lodetti de Oliveira, denunciou por homicídio triplamente qualificado e lesão corporal um homem de 29 anos, acusado de assassinar a facadas a própria companheira, uma jovem de 25 anos. O crime foi registrado no mês de maio na casa da vítima, no Bairro Cidade Alta, em Forquilhinha.
Além da qualificadora de feminicídio, devido à situação de violência doméstica e familiar, o Promotor de Justiça apresentou outras duas possíveis qualificadoras: a de meio cruel, pois a vítima teria sido atingida com 29 facadas na região das costas e do pescoço; e recurso que dificultou sua defesa, pois teria sido surpreendida pela janela do quarto na madrugada.
O acusado também foi denunciado por lesão corporal por ter golpeado a sogra, também com facadas, na região do braço. A mulher tentava salvar a filha do ataque quando foi atingida. A denúncia do MPSC, que pede que o acusado seja submetido a julgamento perante o Tribunal do Júri, já foi aceita pelo Judiciário e o denunciado agora é réu em ação penal. Ele segue recluso no Presídio Masculino de Tubarão com a prisão preventiva decretada após parecer favorável do MPSC.
Pela janela
Segundo consta, horas antes do crime o acusado estava na casa da família da companheira participando de uma festa. Em determinado momento, após a jovem se negar a deixar o local, ele e outro homem, que não foi identificado, saíram da residência em um veículo. Porém, durante a madrugada, teriam retornado à casa da vítima, chamando-a na janela do quarto.
Ao atender o chamado e após uma breve discussão que teria tido com o companheiro, a vítima teria sido agarrada, puxada para fora da janela e golpeada. O homem não identificado teria atuado como vigia.
“Após pedir socorro, a mãe da vítima adentrou no quarto e presenciou o crime. Situação que não impediu que o denunciado continuasse de golpear a ofendida, causando, ao todo, os 29 ferimentos perfuro cortantes”, destacou o Promotor de Justiça, acrescentando que os atos apenas teriam se encerrado após a mãe da vítima ter conseguido puxá-la novamente para dentro do cômodo da casa. Em seguida, na companhia do comparsa, ele teria fugido o local.
A morte, conforme apontou o laudo pericial, foi causada por choque hipovolêmico, devido aos múltiplos golpes que a jovem sofreu.