ONG Amigo Fiel de Proteção Animal, de Forquilhinha, se posicionou contra o evento.

A XX Festa do Colono e VIII Festa do Motorista que ocorrerá em abril, em Forquilhinha, trará como novidade a realização de um rodeio durante a programação. O fato, pouco comum na região, gerou revolta da comunidade em geral, principalmente dos defensores dos animais.

A ONG Amigo Fiel de Proteção Animal, com sede no município, foi uma das instituições com posicionamento contrário. “Rodeio com sofrimento e dor do animal não é cultura, muito menos cultura do nosso colono e motorista de Forquilhinha. A prefeitura deveria ouvir a população e cancelar esse show de horrores”, opina a presidente da organização, Morgana Borges Hoepers.

A bióloga forquilhinhense, Chaoline Luana Kammer, também é contrária à realização do evento. “Os animais utilizados nestes espetáculos são expostos à dominação do ser humano, que utiliza de diversas artimanhas e apetrechos para que o animal pareça bravo e então pule para ser domado pelos valentes peões. Isso está longe de ser um esporte, pois causa extremo estresse aos animais, agonia e dor”, completa.

Ela ainda afirma que para os espetáculos são utilizados diversos objetos, como uma cinta amarrada na virilha do animal que faz com que ele pule; esporas; e cordas amarradas ao redor do corpo que por meio de forte pressão causam ferimentos e dor.

“Em muitos lugares do Brasil a mobilização é grande, e essa atrocidade já foi banida, porém agora Forquilhinha entra em retrocesso e inclue em suas atrações da festa do Colono e do Motorista esse show de horrores chamado rodeio. Pode ter sido na melhor das intenções dos organizadores, mas essa atração não vai agregar ao real sentido da festa, tampouco suas raízes, nem ao agronegócio”, argumenta a bióloga.

O prefeito de Forquilhinha, Vanderlei Alexandre, argumenta que a intenção foi trazer um diferencial para a comemoração. “O rodeio também é uma espécie de cultura, não podemos negar. O evento já está contratado, e não pretendemos voltar atrás. E se pensarmos, comemos carne todos os dias, e para isso, animais são sacrificados”, declara.

Chaoline, por sua vez, alega que o consumo de carne, é uma comparação leviana. “O fato de consumir carne animal não nos dá o direito de ser coniventes com atrações como esta, que envolvem muito dinheiro às custas do sofrimento dos animais. Forquilhinha não precisa de ‘pão e circo’ para garantir o sucesso do evento”, finaliza.

A equipe de rodeios contratada para o evento é a Equipe Cesar Paraná.

Francine Ferreira