O governador Raimundo Colombo, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira e o secretário da Defesa Civil, Milton Hobus, lançaram nesta terça-feira, 15, em Florianópolis, o edital de licitação para a aquisição do Radar Meteorológico do Oeste, que será instalado em Chapecó. O edital deve ser publicado em Diário Oficial do Estado ainda nesta semana.
O equipamento terá 200 quilômetros de raio em sua cobertura em linha reta, vai cobrir 36% de Santa Catarina. O aparelho vai operar em banda “S” e deve custar ao Estado, cerca de R$ 13 milhões. Os recursos são de financiamento junto ao Banco do Brasil.
“Agora estamos contratando um radar no Oeste, o próximo será no Sul do Estado, com isso, vamos cobrir 100% do território catarinense. Vamos ter a capacidade de monitoramento, ação, prevenção, informação muito melhor que temos hoje. Esse radar que será instalado em Chapecó é um segundo passo muito importante para melhorar nosso sistema de Defesa Civil. É tecnologia e prevenção”, disse Colombo.
A expectativa é que o radar passe a operar em abril de 2017. O equipamento será instalado no Morro da Antena. A área escolhida foi a que não possuía nenhum ponto de bloqueio para o sinal do radar, conforme exigem as especificações para garantir eficiência.
O lançamento foi realizado na Casa D’Agronômica com a presença dos secretários da Comunicação, Walter Bier e da Articulação Nacional, Acélio Casagrande.
“A instalação desse radar mostra a preocupação do Governo do Estado com a região que apresenta muitos fenômenos climáticos adversos. Com ele, teremos mais informação e vamos minimizar os efeitos dos desastres naturais” observou o vice-governador, Eduardo Pinho Moreira.
Para instalação do radar, uma torre de 15 metros será construída. A estrutura será composta por cinco pavimentos, contando com o térreo. O investimento será possível conhecer quando o edital de licitação da obra estiver pronto, no próximo mês. A previsão de recursos é de cerca de R$ 5 milhões. São 4.198 metros quadrados. O prédio será erguido no terreno doado pela prefeitura de Chapecó à Secretaria de Estado da Defesa Civil. A parceria gerou uma economia de aproximadamente R$ 500 mil ao Estado e agilizou o processo de aquisição do Radar Meteorológico.
“O radar é um dos componentes do sistema de prevenção e alerta que o Estado está montando. Ele é imprescindível, já que o primeiro radar instalado em Lontras não tem cobertura no Oeste. O equipamento vai fornecer informação também das frentes que vem da Argentina, Paraguai e parte do Paraná e isso ajuda o sistema de orientação preventiva para geração dos alertas, principalmente de curto prazo”, explicou o secretário da Defesa Civil.
O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, sancionou a lei que transfere o terreno para o Estado na segunda-feira. O projeto do executivo municipal passou pela Câmara de Vereadores na sexta-feira, 11, quando os 21 vereadores votaram a favor do repasse da área. A votação unânime também possibilitou que o processo se tornasse mais célere.
Terceiro Radar
A Defesa Civil já trabalha para adquirir o terceiro equipamento. O corpo técnico estuda em ter um radar móvel, que será destinado para a Região Sul de Santa Catarina para cobrir os municípios que ficariam sem varredura dos radares de Lontras e Chapecó. Esse terceiro equipamento deve custar em torno de R$ 500 mil e poderá atender o Oeste até que o Radar de Chapecó fique pronto.
Radar de Lontras
O Radar de Lontras tem sido uma ferramenta importante na emissão de avisos e alertas por parte da Defesa Civil, após leitura de técnicos e meteorologistas do Estado. O equipamento possui cobertura de 191 municípios, o que corresponde 77% do território de Santa Catarina.
O local escolhido em Lontras foi mapeado por profissionais da Defesa Civil SC, Ciram e Simepar. O campo detectado foi devido a condições da área e possibilidade de ampla cobertura e menor impacto na cobertura.
Cronologia do Radar do Oeste
- Licitação radar meteorológico;
- Projeto Executivo da Torre;
- Licitação da torre;
- Licenciamento Ambiental;
- Alvará para construção;
- Contratação da Obra;
- Fibra Ótica;
- Energia Elétrica;
- Construção da Torre;
- Aceitação do Radar Meteorológico na fábrica;
- Instalação do Radar Meteorológico;
- Operação Fase de testes;
- Treinamento profissionais técnicos;
- Operação Assistida;
- Aceite Final Radar Meteorológico.
A economia em Santa Catarina
Ainda durante o encontro o governador chamou a atenção para o momento de ajuste fiscal, a transformação da economia, a importância do diálogo com a sociedade e a transparência das ações.
Colombo disse que o Brasil chegou a um momento que precisa corrigir seus rumos e tomar novas atitudes. Conforme o governador, é o momento das pessoas que têm a capacidade de liderar exercerem o papel na sociedade com responsabilidade, mesmo que haja impopularidade.
“Nunca podemos perder a credibilidade. É a hora de termos coragem e de protegermos a sociedade catarinense. Temos que reagir como agentes públicos para dar todo apoio e termos condições de continuar fazendo o movimento em favor da sociedade catarinense”, afirmou.
O governador também chamou a atenção para as finanças de Santa Catarina, que, diferente de muitos outros estados, continuam equilibradas, mas, conforme ele, é preciso ter cautela nas despesas para o enfrentamento da crise e para minimizar os impactos em Santa Catarina.
“A situação atual é de desafios e assim será em 2016. Nos preparamos bem. Vamos conseguir pagar todas as contas, folhas, salários. O modelo catarinense tem conseguido resistir. Vamos conseguir honrar com todos os nossos compromissos. Não temos obras paradas e assim vai continuar. Temos conseguido manter o equilíbrio fiscal e o dinamismo econômico”, disse Colombo.
Ele destacou que buscar oportunidades é o caminho da prosperidade e que faz com que Santa Catarina seja um Estado diferenciado em desenvolvimento. “O melhor político é aquele que consegue ser a voz de quem não tem voz, que consegue criar oportunidade para quem não tem e que devolve a esperança para quem não acredita”, salientou.
O governador também falou sobre a previdência do Estado. Ele relatou que, em 2020, o déficit será de R$ 7,8 bilhões se nada for feito. “ A mudança é algo indispensável, tem que ser feita, sob pena de no futuro não termos a capacidade de honrar os compromissos básicos. Isso vai acontecer com todos os municípios e Estados que têm o sistema próprio de previdência e que não tomarem as medidas”, explicou.