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O teu olhar se vê?

Jéssica Horácio de Souza

Psicóloga Jéssica Horácio – CRP 12/14394

Psicoterapeuta corporal e Tanatóloga

Você pode ter passado o final de semana inteirinho em casa. Pode ter se distraído com uma leitura, com o seu cachorro, com a música do caminhão de gás ou vendo fotos de algumas histórias que talvez não ficaram para trás. Estaria tudo bem se você aceitasse que essas atividades também são jeitos interessantes de encontrar sentido para as horas, para os dias, para a vida. Mas, dentro de si a sensação é de não ter aproveitado os dias e as horas, é de não saber se fazer bem.

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A estranheza que você sente por não ser como ele ou como ela, se dá porque você não aprendeu a reconhecer a vida bonita que há em você ser você. Teu olhar está voltado pra fora, o outro na sua vida ao mesmo tempo que representa um parâmetro, representa também um ideal que você jamais alcançará. Por quê?

Desde quando o seu olhar não consegue se olhar?

Olhar somente para fora não é a causa da sua dor, essa é na verdade a consequência de ser alguém que aprendeu a acreditar que a vida só é bonita quando vivida em um outro corpo, com uma outra face, com uma outra inteligência, condição financeira, vida social e familiar.

Talvez te ensinaram que o bem estar é como um vírus do “bem” que vive somente da porta pra fora, que está no restaurante em que a amiga postou uma foto, ou no moço que fez uma self antes de ir à formatura, ou que está na voz da vizinha que canta em um sábado de manhã. Mas você precisa saber que não há fórmula mágica nem vírus do “bem” capaz de nos trazer bem estar, o que existe é estar em paz com o caminho que decidimos trilhar. A capacidade de se fazer bem está dentro de mim, dentro de você, está em cada um e se encontra na proporção exata. Mas, essa capacidade não costuma aparecer em lares onde a vitimização predomina. Quando você minimiza as suas experiências, está se colocando na condição de vítima da vida, que não recebeu o direito de ser feliz. É que este direito ninguém recebe mesmo, mas cada um pode aprender a desenvolver dentro da sua própria história, respeitando os seus limites e as suas condições.

As tuas vivências precisam necessariamente serem boas pra você, e pra saber como fazer escolhas que combinam contigo, basta você identificar o seu estado emocional e respeitá-lo. Não permita que a sua forma de se ver no mundo confirme que a sua vida não tem sentido, que não há nada de interessante nela, que seu destino é a amargura. Valorize as suas escolhas para sentir admiração pela sua capacidade de se escolher fazer bem, independente do lugar onde você estiver. Talvez esteja na hora de romper com o papel de vítima e começar a construir um outro que vá ao encontro daquilo que você sempre quis acessar.


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