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Você tem vendido a sua liberdade?

Jéssica Horácio de Souza

Psicóloga Jéssica Horácio – CRP 12/14394

Psicoterapeuta Corporal e Tanatóloga

É interessante como a gente às vezes confunde liberdade com aprovação, já percebeu? Veja bem, não estou dizendo que devemos excluir a aprovação da nossa autoestima, este na verdade é uma das várias alternativas que existem pra mostrar o valor que temos para alguém. O que quero dizer é que às vezes trocamos a nossa liberdade pela aprovação e pagamos um alto preço por isso.

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Nem sempre a maioridade é sinônimo de liberdade, há muitas pessoas que apesar de terem alcançado a maioridade, ainda vivem como se não tivessem o direito de serem livres. O mesmo vale para quem trabalha, tem sua própria fonte de renda, mora sozinho, e por aí vai…

A quantidade de filhos e filhas com medo de assumirem escolhas para as suas próprias vidas é proporcional à quantidade de pais e mães com medo de assumir a responsabilidade sobre as suas próprias frustrações.
Muitas famílias ainda usam do controle e autoritarismo como um meio de moldar os seus membros, ou seja, colocam condições para as escolhas deles, determinam quais escolhas podem ser tomadas, quais jamais, e mais, há ainda aquelas famílias que fazem chantagens caso um dos membros opte por uma escolha que eles (genitores) não concordam. Bem, não há problema nisso se os membros conseguem perceber que isso é só um reflexo da imaturidade emocional daqueles que são autoritários, que esta é a forma que eles encontraram para depositar nos filhos a responsabilidade de atenderem a desejos que são deles (pai e mãe). O problema surge quando o medo de perder o carinho, o reconhecimento, a aprovação, o amor faz com que a submissão e a obediência se instale a ponto de prejudicar a vida desses filhos e filhas.

É que um lar autoritário pode gerar filhos e filhas inseguros e com medo de fazer escolhas próprias, ora pelo medo que tem do mundo, ora pelo medo de desagradar e pai e mãe e ainda de serem punidos. Então, a submissão será quase que uma regra.

Sabendo disso, eu gostaria de te perguntar: qual é o valor da sua liberdade?

Algumas pessoas trocam a sua liberdade por recursos financeiros, outros por elogios, ou pela “paz” dentro de casa… Mas acabam tendo que lidar em contrapartida com a falta de autonomia. Consegue visualizar as consequências? Medo de crescer, pavor da vida fora da superproteção parental, frustrações, ausência de movimento na vida… Então eu te convido a avaliar se você tem usufruído da sua liberdade ou, se você vez ou outra a troca por aprovação ou quaisquer outros ganhos.

Tudo bem escolher os ganhos que lhe são mais convenientes, porém, se certifique de assumir as consequências daquilo que você está abdicando.
Os medos do seu pai e da sua mãe não precisam ser os seus, assim como as idealizações que eles construíram. Permita que eles cresçam e aprendam a lidar com a falta de controle e com o fato de serem humanos, e se autorize a descobrir que liberdade é um direito que não precisa ser comprado.


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