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DIVE alerta para os períodos de chuva e reforça ações de prevenção à leptospirose

Alagamento no bairro Vila Franca. Foto Micaeli Borges

Chuvas intensas e alagamentos, como têm ocorrido esta semana em Santa Catarina, aumentam o risco de ocorrência de casos de leptospirose, doença transmitida pela urina de ratos. No mês de julho, 45 cidades catarinenses tiveram áreas alagadas. Para alertar a população e evitar casos da doença, a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) vem reforçando ações de prevenção.

De acordo com a DIVE, casos de leptospirose costumam aumentar imediatamente após alagamentos e enchentes, quando as águas ainda estão baixando, ou quando as pessoas retornam às suas residências e fazem a limpeza das casas.

Todos os municípios atingidos por inundações devem ficar em alerta, devendo disseminar informações sobre vigilância, prevenção e controle da leptospirose para serviços e profissionais de saúde, além de buscar orientar a população sobre os sintomas, mecanismos de transmissão e medidas para evitar a doença.

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“Profissionais de saúde, tanto os que atuam em Vigilância Epidemiológica ou Sanitária quanto os que atuam na atenção básica, devem estar atentos aos casos suspeitos, e preparados para visitar e monitorar regiões atingidas pelos alagamentos”, informa a bióloga Miriam Sant’Anna Ghazzi, técnica em gestão e promoção de saúde da Gerência de Vigilância de Zoonoses e Entomologia da Dive. O objetivo é determinar as características da área, a população atingida, realizar a busca de casos e encaminhamento de suspeitas para unidades de saúde.

É preciso, também, estar atento à presença de animais peçonhentos, como serpentes, aranhas e escorpiões em regiões alagadas. Desabrigados, eles procuram locais secos e costumam invadir as residências, aumentando o risco de acidentes.

Atenção aos riscos e sintomas

A leptospirose é uma doença grave, causada por uma bactéria presente na urina contaminada de animais, principalmente ratos. A bactéria penetra no corpo através de machucados e, até mesmo, da pele sadia quando a pessoa fica muito tempo dentro da água. Por isso, o risco é maior em épocas de enchentes e alagamentos.

Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe, provocando febre, calafrios, dor de cabeça, mal-estar e dores no corpo. Um sintoma bastante característico é uma forte dor nas panturrilhas (batata da perna). A leptospirose pode levar a quadros graves, com sangramento pelo nariz, vômito ou escarro com sangue, pele amarelada (icterícia) e diminuição da urina.

Moradores que tiverem febre, dor de cabeça e dores no corpo até 40 dias depois dos alagamentos devem procurar uma unidade de saúde. É fundamental que a pessoa informe ao médico se teve contato com a água ou com a lama.

A orientação da Vigilância Epidemiológica é de que todo paciente que apresente os sintomas iniciais e que teve contato com água ou lama de enchente receba imediatamente tratamento com antibiótico, independente do resultado de exame laboratorial.

Medidas de prevenção

  • Evite contato com água ou lama de enchentes e não deixe que crianças brinquem no local.
  • Use botas e luvas quando trabalhar em áreas com água possivelmente contaminada, como é o caso de alagamentos.
  • Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas. Se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés.
  • Quando as águas baixam é necessário retirar a lama e desinfetar as casas, sempre se protegendo com luvas e botas. O chão, paredes e objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária, na proporção de dois copos (400 ml) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 10 minutos.
  • Jogue fora alimentos que tiveram contato com a água dos alagamentos.
  • Lembre-se que serpentes, aranhas e escorpiões podem estar em qualquer lugar da casa, principalmente em locais escuros. Nunca coloque as mãos em buracos ou frestas. Use ferramentas como enxadas, cabos de vassoura e pedaços compridos de madeira para mexer nos móveis. Bata os colchões antes de usar e sacuda cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis.
  • Em caso de encontrar animais peçonhentos dentro da residência, afaste-se lentamente, sem assustá-los. E nunca pegue com as mãos animais peçonhentos, mesmo que pareçam estar mortos!

Como agir em caso de mordedura de animais peçonhentos

  • O acidentado deve procurar imediatamente um serviço de saúde, para que seja devidamente atendido. O tratamento deve ser sempre administrado por profissional habilitado e, de preferência, em ambiente hospitalar.
  • NUNCA se deve chupar o local da picada. Não é possível retirar o veneno do corpo, pois ele é rapidamente absorvido pela corrente sanguínea.
  • Não amarre o braço ou a perna picada porque isso dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena.
  • Não corte o local da picada. Alguns venenos produzem hemorragia e o corte aumentará a perda de sangue.
Francine Ferreira – Núcleo de Comunicação DIVE
Foto: Micaeli Borges


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