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Audiências de custódia passam a ser realizadas em todas as regiões

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Todo preso em flagrante terá que ser apresentado a um juiz criminal em 24 horas.

A partir dessa segunda-feira, 15, toda pessoa presa em flagrante em Santa Catarina será apresentada a um juiz criminal no prazo de 24 horas após a comunicação do ato, em audiências de custódia. O Tribunal de Justiça do Estado (TJSC) é um dos primeiros do país a atender a determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e viabilizar o contato do preso com um magistrado, durante todos os dias do ano, em 35 comarcas-sedes, que representarão as 111 comarcas de SC.

Em Florianópolis, as audiências de custódia são realizadas desde agosto de 2015 e, desde 2016, o programa foi ampliado para 14 comarcas. Segundo o presidente do TJSC, desembargador Rodrigo Collaço, um diagnóstico apresentado pelo CNJ aponta um número desproporcional de pessoas presas provisoriamente.

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“Na prática, 52,6% das pessoas apresentadas ao juiz são soltas ou cumprem outras medidas penais. As razões para implantar as audiências são plenamente justificáveis e representam um grande avanço do Brasil, na mesma direção de países que têm uma tradição civilizatória melhor do que a nossa, como os europeus, onde o cidadão tem mais contato com o juiz”, observa Collaço.

A ideia é que o acusado seja apresentado e interrogado pelo magistrado, em uma audiência em que serão ouvidas também as manifestações do Ministério Público, da Defensoria Pública ou do advogado do preso. Durante do encontro inicial, o juiz analisará a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade do cárcere ou de eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares. Poderá avaliar também possíveis ocorrências de tortura ou de maus-tratos, além de outras irregularidades.

Definição de comarcas-sedes

A juíza auxiliar da presidência do TJSC, Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, explica que as comarcas-sedes regionalizadas foram definidas em conjunto com o Ministério Público, a Polícia Civil e o Departamento de Administração Penal (Deap). “Elas foram pensadas para evitar grandes deslocamentos de presos e, assim, proporcionar economia para o Estado. Para a população que reside em Santa Catarina, é a garantia plena da cidadania civilizatória”, destaca.

No Estado, desde agosto de 2018, o TJSC fez um plano-piloto em três comarcas-sedes: São Miguel do Oeste (que inclui as comarcas de Mondaí, Itapiranga e Descanso); São José (que inclui Biguaçu); e Criciúma (com atendimento estendido às comarcas de Forquilhinha, Içara, Lauro Müller, Orleans e Urussanga).

Pela determinação do CNJ, o programa deve seguir três preceitos básicos: audiências realizadas todos os dias, inclusive em fins de semana e recesso; incluindo todos os réus presos; e com vedação do uso de videoconferência.

A partir dessa segunda, as 35 comarcas-sedes em Santa Catarina serão: Araranguá, Balneário Camboriú, Barra Velha, Blumenau, Brusque, Caçador, Campos Novos, Canoinhas, Florianópolis, Chapecó, Concórdia, Criciúma, Curitibanos, Imbituba, Indaial, Itajaí, Itapema, Jaraguá do Sul, Joaçaba, Joinville, Lages, Laguna, Mafra, Maravilha, Palhoça, Porto União, Rio do Sul, São Francisco do Sul, São José, São José do Cedro, São Miguel do Oeste, Tijucas, Tubarão, Videira e Xanxerê.

Francine Ferreira – Fernanda De Mamam


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