Wagner Fonseca – poeta, professor e blogueiro
A chuva caindo, goteiras lá fora
Manhã cinzenta e úmida, uma tristeza alegre colore
Um coração desbotado
Pouca tinta no papel, para tingir algum sentimento
De dor e cansaço
De tonturas e desânimo
É o dia perfeito para se continuar assim
Nem o vinho, infelizmente, agrada esse breu íntimo
Nem a aguardente, infelizmente, alivia esse desencanto
Quem dera fosse quente, sair pela rua
Sentir o gélido toque fresco da amável chuva
Benfazendo o dorso, os ossos, a pele
E o astral torturado de irritadiça melancolia
No player alguma música calma procurando algum sentido
Na mente mil conflitos sem nenhuma esperança
Nos olhos algum devaneio do pretérito sono
No estômago algum vazio novo
No espírito…onde vagará o espírito nesse momento?
Estará a dançar por sob os dons da chuva?
Nem o vinho,
Nem o aguardente,
Tampouco o café ou algum chá ardido
Nem doçura
Nem loucura
Nem desejo
Nem vontade
Apenas a verdade
De ficar estaticamente parado
Observando o dia se consumir em horas
Morrer em minutos
Cair a noite
Selar a tentativa
E tentar encontrar algum sopro na cama
De apagar-se até o próximo dia.