Wagner Fonseca – poeta, professor e blogueiro
E por tanto ódio gratuitamente exalado
Somos ainda proibidos de sonhar
Por tanta raiva alimentada com estercos da ignorância
Somos obrigados a resistir e destituir nossa paz de espírito
De seu ninho de segurança
Esvai-se o conforto de plenamente e unicamente estar
Para armar-se de palavras
De retidão e inteligência
Para buscar no âmago do ser
Mais força, mais paz
E mais dureza
Pois o inimigo nem sempre se sabe inimigo
Não se sabe nem consigo mesmo
É somente mais um,
Mais um na massa arrebanhada
Por pastores a esmo
E lobos que profetizam dor dissimulada
E por tanto ódio assim declarado
Deixamos os sonhos para outras épocas
E invoquemos o concreto
Se possível, armado
Infelizmente
Para viver com essa gente louca e amargurada.