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Governador descarta uso de Força Nacional em Santa Catarina

governador eduardo pinho moreira e os secretarios de estado concedem entrevista coletiva a imprensa 20180525 2059444108

Com diálogo e eficiência, Santa Catarina tem conseguido manter os serviços essenciais de preservação da vida, diante da paralisação dos caminhoneiros que completa cinco dias. Em entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira, 25, no Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd), o governador Eduardo Pinho Moreira garantiu que há normalidade no acesso aos atendimentos essenciais de saúde nos hospitais, de segurança e abastecimento de alimentos e insumos para a população, bem como para os animais, levando em conta a produção expressiva de Santa Catarina no agronegócio.

“Não temos encontrado nenhum tipo de resistência para atender as principais necessidades da nossa gente, aquelas que garantem a preservação da vida. Estamos atentos e com absoluto controle da situação”, afirmou Moreira. O governador descartou, neste momento, o uso da Força Nacional de Segurança em Santa Catarina.

TRABALHO EM SC

O grupo que atua no gerenciamento da situação para minimizar os efeitos da paralisação em Santa Catarina trabalha para manter a normalidade no transporte de itens de assistência humanitária e animal como, remédios, gás, combustíveis, oxigênio para os doentes, produtos utilizados na purificação da água, ração e alimentos para os animais. Os órgãos que fazem parte da rede de proteção civil, responsáveis pelo transporte destes itens circulam em comboios identificados com adesivos da Defesa Civil de Santa Catarina e estão sendo escoltados pela Polícia Militar para que possam chegar até o destino.

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“Até agora realizamos 16 escoltas deste tipo e temos uma reserva técnica de combustível que nos permite trabalhar ainda por um período sem precisar reposição de combustível”, frisou o secretário de Estado da Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Junior.

A evolução da situação no Estado é acompanhada dia a dia, com diálogo intenso com os grupos de gestão constituídos em todas as regiões, especialmente onde estão as maiores manifestações. Conforme o secretário de Estado da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, em Santa Catarina, são 164 estradas municipais, estaduais e federais com o movimento e apenas um ponto de bloqueio. “Neste momento, somos todos cidadãos catarinenses trabalhando para a preservação da vida, da ordem e da segurança em nosso Estado”.

PREJUÍZOS NA AGRICULTURA

O setor da Agricultura é apontado como um dos mais impactados com a paralisação dos caminhoneiros. Uma das principais preocupações, de acordo com o secretário de Estado da Agricultura e Pesca, Airton Spies, é com a falta de insumo para a produção de ração. O setor é um dos que movimenta os maiores volumes no transporte de cargas, para o abastecimento das propriedades e da agroindústria. A greve já está provocando a interrupção de abates, prejudicando o abastecimento de leite e de hortigranjeiros. “Nossa prioridade tem sido manter a alimentação emergencial dos animais e as empresas que precisam de apoio poderão contar com nossa ajuda e solicitar apoio para o transporte”, reforçou Spies.

CONVERSAS COM O GOVERNO FEDERAL

O governador Eduardo Pinho Moreira destaca que o Estado tem direcionado todo o esforço para preservar a vida e a segurança dos catarinenses durante a paralisação e que a negociação com o movimento é de condução do Governo Federal. “A sociedade tem razão em reclamar da alta do combustível. Não há como tolerar um aumento exagerado nos combustíveis, sobretudo se considerarmos uma inflação de 3% contra um acréscimo de 50%”, pontuou.

Moreira salientou que as conversas no sentido de que os estados abram mão de valores referentes ao ICMS dos combustíveis são avaliadas com muita cautela. Uma das possibilidades seria negociar no valor da base de cálculo do preço do diesel, não na alíquota. “Não temos condições de abrir mão do valor e arcar com uma conta que não é nossa”, enfatizou. O governador informou que o Estado é o que tem a menor alíquota de ICMS nos combustíveis e que só recuaria, diante de compensações financeiras em outros setores, como a saúde, por exemplo.

Francine Ferreira – Francieli Dalpiaz 


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