Wilciney Villan – CRA-SC 26.947 – Mestre em desenvolvimento socioeconômico
Administrador e sócio na Strategyinc – Strategy, Innovation and Competitiveness Consulting Business
Para iniciar o ano com uma nova reflexão, escrevi algo relacionado com a quarta revolução industrial. Sugiro que todos pesquisemos mais sobre o tema, pois somos todos influenciados por ela.
Quem já ouviu de um amigo ou empresário: Faço isso há 20 anos e sempre deu certo. Não vou mudar agora!
Parece que cada vez mais empresas e pessoas devem rever esta afirmação. Com a quarta revolução industrial em curso muitas mudanças virão e serão necessárias mudanças, aprimoramentos e capacidade de adaptação.
Talvez mais do que nunca a teoria da contingência seja verdadeira. Quando Dill (1958) falava sobre o impacto do ambiente sobre as organizações, ele provavelmente estava prevendo a mudança de algo que se fazia há 20, 30 anos e sempre deu certo.
Resumidamente a teoria da contingência diz que quando estudamos a tarefa do ambiente, estamos nos concentrando nos estímulos a qual uma organização está exposta; mas quando estudamos as tarefas da empresa, estamos estudando as interpretações da organização sobre o que os insumos ambientais significam para o comportamento. Essas interpretações estão sujeitas a erros de percepção e ao viés da experiência passada (Dill, 1958).
Com a quarta revolução industrial o mundo muda. Novas formas de empregar, de se aposentar, de se relacionar, de gerar vida, de trabalhar, de competir… Uma questão que fica, ainda sem resposta, mas que parece ser afirmativa, é sobre a carteira de fonte de renda das pessoas. Elas poderão ter um trabalho ou dois ao qual se dividir durante o dia, ganhar dinheiro com vídeos e textos que influenciam outras pessoas para consumir determinadas marcas, receber uma renda por meio da locação de seus imóveis usando a Airbnb, atuar como motorista do Uber em horários alternativos e outras tantas atividades?
Como as pessoas atuarão com o monstro da substituição do trabalho pela máquina? Esse impacto é forte, mas ao que parece haverão problemas no curto prazo, em alguns lugares do mundo mais que outros, mas haverão adaptações e/ou substituição de funções. Funções hoje consideradas importantes por serem exclusivas de atividade humana serão realizadas totalmente ou em parte por inteligência artificial, porém outras habilidades e competências das pessoas serão exigidas (Schwab, 2016).
Em âmbito concorrencial, parece sensato pensar que as maiores ameaças são concorrentes que não são vistos como tal, ainda.
“Múltiplas fontes de ruptura causam diferentes formas de impactos nos negócios. Do lado da oferta, muitas industrias estão vendo a introdução de novas tecnologias que criam formas inteiramente novas de servir às necessidades efetivas e causar grandes rupturas nas cadeias de valor existentes” (Schwab, p.57, 2016).
No lado da demanda a transparência, engajamento e novos padrões de comportamento dos consumidores exigem que as empresas se adaptem e adaptem seus produtos e serviços para atende-los.
O mesmo autor relata quatro grandes impactos da quarta revolução industrial nos negócios: a) as expectativas dos clientes; b) os dados estão melhorando os produtos; c) conforme as empresas entendem a importância da colaboração, novas parcerias estão sendo formadas e; d) os atuais modelos operacionais estão ficando cada vez mais digitais. De modo geral tudo esta mudando. O que dava certo há 30 anos, ou talvez já estamos em 5, não garante resultados satisfatórios no momento atual. É preciso se adaptar ao ambiente para continuar progredindo.
Este tema é longo e o objetivo dos meus textos não é ser longo. Assim cabe maiores discussões sobre o tema e posso abordar em publicações futuras.
Referências
- Dill, W. R. (1958). Environment as an influence on managerial autonomy. Administrative science quarterly, 409-443.
- Schwab, K. (2016). A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro.