Entre os especialistas já é consenso: atitudes simples ajudam a manter o organismo em dia e ajudam a melhorar a qualidade de vida. Mas, por que manter uma rotina saudável, com alimentação balanceada e prática de exercícios físicos, por exemplo, ainda é tão difícil para a maioria das pessoas?
Para o médico especialista em clínica médica e coordenador do setor de Medicina Preventiva da Unimed Chapecó, Dr. José Inácio Ferreira Pires, o primeiro passo é a conscientização de que cuidar da saúde é uma responsabilidade pessoal e intransferível. A partir disso, procurar um profissional de saúde, para obter orientações adequadas, esclarecer dúvidas e adaptar as boas práticas às dificuldades impostas pela vida moderna é o próximo passo.
“É necessário paciência e perseverança. O início de qualquer mudança é sempre difícil, e os resultados não são imediatos. Porém, o esforço é sempre recompensado, a sensação de bem-estar que resulta de um estilo saudável de vida e a melhora na autoestima são os primeiros sinais a indicar uma vida mais duradoura e com mais qualidade”, explica.
Dr. Inácio ressalta que o conceito de saúde é multifatorial, ou seja, cuidar da saúde inclui observar, não exclusivamente, um ou outro aspecto, mas uma série de práticas denominadas “hábitos saudáveis de vida”. Segundo ele, a adequada e equilibrada observância de todos eles é o que vai garantir ganhos em qualidade de vida.
“A pessoa que pratica exercícios físicos regulares, mas não tem uma alimentação equilibrada, não se hidrata adequadamente, não repousa o necessário, mantém vícios como uso de cigarro e abuso no consumo de álcool, não vai usufruir dos benefícios máximos que a prática esportiva pode lhe trazer. Todos esses fatores estão interligados e se potencializam quando praticados ao mesmo tempo”, comenta.
Com relação aos chamados hábitos saudáveis, manter uma alimentação balanceada é um dos principais desafios. Segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas (Vigitel), cada vez mais as pessoas então ganhando peso, pois, mais da metade da população brasileira está acima do peso ideal e cerca de 20% são obesas. Associados a essa pandemia, ocorrem doenças como hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e respiratórios entre outras, que poderiam não ocorrer se o paciente estivesse dentro do seu peso ideal.
De acordo com o médico mestre em cirurgia e coordenador da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) do Hospital Unimed Chapecó, Dr. João Batista Baroncello, o grande problema é que cada vez mais se consomem alimentos processados, ricos em gordura, carboidratos e sal. Ele afirma que tal situação se deve à explosão industrial e à máquina publicitária, que induz as pessoas a considerar indispensáveis alimentos que não fazem falta nenhuma.
“Por outro lado, devido a essa comodidade dos alimentos processados e a palatabilidade, cada vez menos se confecciona alimentos. Levando a carência da ingestão de proteínas e gorduras saudáveis como a do peixe, por exemplo. Também há carência de vitaminas, sais minerais e fibras encontradas nas frutas, nos legumes e cereais completos”, opina o especialista.
O médico orienta que a primeira atitude de quem deseja melhorar a qualidade de vida é verificar o que há de errado consigo. Isso inclui analisar o nível de estresse, se o peso está ideal, se alguma doença está sendo causada ou agravada devido à má alimentação ou se está tendo um sono reparador mínimo.
Após essa análise, Dr. Baroncello destaca que o problema deve ser colocado como prioridade, seja na redução da carga de trabalho, dispensando maior tempo para praticar esporte, ter uma alimentação mais saudável, mais elaborada e menos processada. Para isso, pode valer-se de profissionais como médicos, psicólogos, nutricionistas, de acordo com a necessidade individual. “Uma pessoa com saúde física e mental é mais feliz, rende mais no trabalho, no relacionamento com as pessoas e vive mais. Por isso priorize para sua vida a saúde”, aconselha.