Pelo sétimo ano consecutivo, trabalhadores e empregadores de Santa Catarina decidiram, em pleno consenso, o reajuste do piso do salário mínimo regional 2017. O percentual definido ficou em 6,76% e o acordo foi apresentado ao governador Raimundo Colombo na manhã da sexta-feira, 17. As novas faixas do piso estadual variam entre R$ 1.078 e R$ 1.235 para as quatro faixas salariais. Agora, o executivo vai elaborar um projeto de lei com os novos valores e enviar para a Assembleia Legislativa.
“É o momento de agradecer e elogiar uma decisão que é feita em um alto nível de discussões e se chega a um consenso que é bom pra toda a sociedade. Tradicionalmente em Santa Catarina, este é um processo conduzido com harmonia e espírito de colaboração e contribuição de todos”, destacou o governador Raimundo Colombo.
O governador encaminhará o acordo em regime de urgência para a Assembleia Legislativa, e a proposta é que o projeto seja aprovado sem emendas já que há o entendimento entre empresas e trabalhadores. Depois de aprovado, o documento volta para o governador para sanção.
O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, reforçou que, em Santa Catarina, diferente de outros estados, o mínimo é definido em negociação, processo em que todos contribuem para um acordo. “Esse processo tem dado certo e serve de exemplo. Foi um acordo duro, longo e difícil, mas conseguimos chegar a esse valor no qual os trabalhadores poderão contar com pequeno ganho acima da inflação e do reajuste do salário mínimo”, destaca.
Faixas que integram o mínimo regional em SC
Primeira faixa
- Piso atual: R$ 1.009
- Piso proposto: R$ 1.078
Trabalhadores: na agricultura e na pecuária; nas indústrias extrativas e beneficiamento; em empresas de pesca e aquicultura; empregados domésticos; em turismo e hospitalidade; nas indústrias da construção civil; nas indústrias de instrumentos musicais e brinquedos; em estabelecimentos hípicos; e empregados motociclistas, motoboys, e do transporte em geral, excetuando-se os motoristas.
Segunda faixa
- Piso atual: R$ 1.048
- Piso proposto: R$ 1.119
Trabalhadores: nas indústrias do vestuário e calçado; nas indústrias de fiação e tecelagem; nas indústrias de artefatos de couro; nas indústrias do papel, papelão e cortiça; em empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas e empregados em bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas; empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas; empregados em empresas de comunicações e telemarketing; e nas indústrias do mobiliário.
Terceira faixa
- Piso atual: R$ 1.104
- Piso proposto: R$ 1.179
Trabalhadores: nas indústrias químicas e farmacêuticas; nas indústrias cinematográficas; nas indústrias da alimentação; empregados no comércio em geral; e empregados de agentes autônomos do comércio.
Quarta faixa
- Piso atual: R$ 1.158
- Piso proposto: R$ 1.235
Trabalhadores: nas indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico; nas indústrias gráficas; nas indústrias de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana; nas indústrias de artefatos de borracha; em empresas de seguros privados e capitalização e de agentes autônomos de seguros privados e de crédito; em edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares, em turismo e hospitalidade; nas indústrias de joalheria e lapidação de pedras preciosas; auxiliares em administração escolar (empregados de estabelecimentos de ensino); empregados em estabelecimento de cultura; empregados em processamento de dados; empregados motoristas do transporte em geral; e empregados em estabelecimentos de serviços de saúde.
Governador destaca números da geração de empregos em Santa Catarina
Durante a reunião com representantes dos sindicatos patronais e de trabalhadores, para apresentação do acordo do mínimo regional, o governador Raimundo Colombo destacou os números da geração de empregos em Santa Catarina. O Estado teve o segundo maior saldo de empregos do Brasil, com o registro de 14.858 novas vagas no mês de fevereiro deste ano, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.
O saldo positivo no país foi de 35.612 novas vagas formais. Santa Catarina só ficou atrás do estado de São Paulo com o número de 38 mil trabalhadores com carteira assinada somente em fevereiro.
“É uma notícia extraordinária e que fortalece a nossa postura diante da crise. Não aumentamos impostos, estamos gerando novas vagas de trabalho, as exportações vêm crescendo em todos os setores, o que aquece a nossa economia interna. Não tenho dúvidas de que seremos o primeiro estado a superar esse cenário de adversidades econômicas que o país inteiro vem enfrentando com tanta dificuldade”, ressalta Raimundo Colombo.
O presidente da Fiesc também afirmou que, mesmo lentamente, o cenário econômico vem dando sinais de retomada. Citou a indústria de transformação, que lidera o ranking da geração de novas vagas de trabalho em Santa Catarina, no primeiro bimestre do ano. “No caso de Santa Catarina, todos os setores industriais avaliados tiveram crescimento, bem como o de serviço. A nossa expectativa, é que se a turbulência política não atrapalhar o país, estaremos dando os primeiros passos para a recuperação do crescimento econômico”, avalia.