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Hiperidrose o suor excessivo

hiperidrose

Cirurgião do Hospital São José alerta sobre cuidados e tratamento.

Nestes dias quentes que estamos vivendo nas últimas semanas, suar não parece novidade; mas suar demais, sem parar e sem saber de onde vem tanto suor será que é normal? Tá ai uma informação que precisa ser esclarecida. Este processo de suor poder ser um problema chamado hiperidrose. Mas este problema tem sim solução.

O médico cirurgião Torácico do HSJosé, Dr. Alexandre Silvestre ( CRM3136/ RQE 378), esclarece as dúvidas sobre o assunto. Nem sempre o suor excessivo é visto como um problema de saúde. Muitas pessoas que desconhecem o assunto veem este tipo de situação como desleixo ou falta de higiene, o que não é verdade.

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Chamada cientificamente de hiperidrose primária, o suor demasiado é caracterizo por sudorese excessiva, que surge sem relação com as necessidades reais de controle da temperatura corporal. As áreas mais atingidas são a região craniofacial, axilas, mãos e pés, de forma isolada ou associada.

A pele de nosso corpo precisa ficar hidratada, eliminar água, gordura, sais minerais e outras substâncias, para tanto, a produção de suor, regulada pelo sistema nervoso autônomo, auxilia no controle da temperatura corporal. Especialistas acreditam que algumas hiperidroses podem ter causa genética, outras são adquiridas por situações ligadas à distúrbios da hipófise, da tireoide, menopausa, obesidade, entre outras situações.

Na hiperidrose primária o suor excessivo ocorre geralmente quando a pessoa vivencia uma situação estressante, de ansiedade ou mesmo após ingerir determinados alimentos. Em algumas pessoas os sintomas podem ser um rubor facial, sentimento de embaraço e forte vontade de sair da situação de desconforto, quadro que se chama de “fobia social”.

Algumas pessoas com hiperidrose apresentam mau cheiro nas axilas e geralmente se obrigam a usar roupas escuras para minimizar as marcas do suor. Na hiperidrose da palma da mão, um simples apertar de mãos pode gerar grande desconforto. Pessoas com este problema passam por alguns constrangimentos;  sujam os papéis que tentam manusear, tem problemas como digitar em celulares, teclados e no desempenho de muitas outras tarefas. “A hiperidrose afeta aproximadamente 1% da população brasileira. As informações apontam por ser uma doença hereditária, sendo encontrados casos na mesma família em mais de 60% dos pacientes acometidos. Geralmente a hiperidrose inicia na infância e adolescência, entre seis e 16 anos, mas pode se manifestar também antes ou depois dessa faixa etária”, explica o especialista.

O diagnóstico da doença é feito pelo próprio médico sem necessidade de exames complementares, exceto em alguns casos.

Dr. Alexandre explica ainda, que nas formas mais leves, o problema pode ser controlado com vários métodos paliativos como aplicação de sais de alumínio, aplicação intradérmica de toxina botulínica, iontoforese ou uso de medicação anticolinérgica; porém, em casos mais intensos, o tratamento cirúrgico é o mais indicado. “A única opção de tratamento definitivo é a Simpatectomia Torácica. As principais indicações são a sudorese localizada das axilas e das mãos, transtornos que trazem sérios problemas profissionais e sociais a esses pacientes. Também nos casos de hiperidrose craniofacial ou rubor facial quando o transtorno afeta sobremaneira a qualidade de vida do indivíduo. A Simpatectomia Torácica consiste em se abordar por videocirurgia (cirurgia minimamente invasiva) a cadeia nervosa simpática torácica através de dois pequenos orifícios próximos à região axilar, para realizar o procedimento. Isso é feito sob anestesia geral e o paciente fica internado de 12 a 24h.

A operação dura em média 20 minutos para cada lado. Os resultados são imediatos”, esclarece o cirurgião.

Apesar de infrequente, há casos em que o problema pode voltar, índice entre 0% a 5% das pessoas operadas, isso em virtude do sistema nervoso simpático poder ter conexões extras não identificadas e que podem vir a reconduzir o estímulo nervoso. Nessa situação pode-se optar pela reoperação resolvendo o problema da recidiva.

Após o procedimento cirúrgico é comum que se sinta uma dor de leve a moderada na região do tórax, tratada com analgésicos. Não é necessário retirar pontos ou fazer troca de curativos. O banho acontece normalmente, desde o primeiro dia, assim como a alimentação. A prática de esportes leves é liberada após duas semanas já as intensas precisam de um intervalo maior de tempo.

Em relação ao suor nos pés (hiperidrose plantar) normalmente se espera seis meses após a Simpatectomia Torácica pois de 20 a 50% dos casos operados melhoram também deste problema. Na verdade, para a sudorese excessiva plantar existe uma outra cirurgia um pouco mais complexa, abordando outro nível da cadeia simpática, que é a Simpatectomia Lombar”, explica Silvestre.

Francine Ferreira – Katia Farias


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