À zero hora deste domingo, 19 de fevereiro, termina o Horário de Verão. Os habitantes e visitantes de Santa Catarina devem atrasar o relógio em uma hora. Iniciado em 16 de outubro, o Horário de Verão (HV) teve 126 dias de duração. A implantação dessa medida evita o acúmulo de demanda simultâneo: iluminação pública, residencial, comercial e industrial. O ganho com a medida em megawats representa cerca de 10 vezes o benefício com a redução do consumo em MWh (4,8% frente 0,5%). O ONS estima uma redução na demanda de 165MW no horário de ponta noturna, entre as 18h e 21h, em Santa Catarina.
A medida altera o perfil da demanda em megawatts no período crítico e aumenta o grau de confiança do Sistema Elétrico. O gerente do Departamento de Comercialização da Celesc, Gustavo Rocha, enfatiza o ganho principal do HV. Durante a sua vigência, se reduz a demanda na hora de ponta em quase 5% no Estado. Tal fato diminui o carregamento das instalações de transmissão e, simultaneamente, oferece maior flexibilidade operativa e evita em situações de emergência.
Para o consumidor final, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), há benefício econômico na tarifa, pois se posterga investimentos – que serão repassados aos usuários do Sistema – para atender o acréscimo na demanda no horário de ponta durante os meses de outubro, novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. Segundo estimativa do ONS, durante esse período, a redução deve ser de 1.660 MW no subsistema Sudeste-Centro Oeste e 585 MW no subsistema Sul e de 165 MW em Santa Catarina.
Gustavo Rocha utiliza o exemplo de uma lâmpada para evidenciar a diferença entre demanda e consumo. Uma lâmpada de 100 W quando ligada demanda 100W de potência e quando desligada, a demanda é nula, ou seja, existem apenas duas possibilidades: ou zero ou 100W. O consumo de energia dependerá de quanto tempo a lâmpada permanece ligada. Se ficar 3 horas acesa, consumirá 300 Wh. O circuito elétrico da residência (fio condutor e disjuntor) deve estar dimensionado para atender a demanda de 100W da lâmpada, caso contrário o disjuntor desarmará ou o fio condutor sofrerá um superaquecimento, causando um curto circuito.
O tempo de uso dessa lâmpada, que é o consumo de energia, impactará a fatura de energia da residência, cobrada em R$/kWh. De forma análoga, o sistema elétrico da Celesc Distribuição (condutores, transformadores etc.) precisa estar dimensionado para atender a demanda de potência dos equipamentos utilizados nas unidades consumidoras (residências, indústria, comércio etc.). Os dados oficiais ainda não foram divulgados pelo ONS. Os números citados se referem a documento de setembro de 2016 para o HV 2016-2017, no qual já estima a curva de redução da potência nas regiões referidas do País. A tabela, a seguir, estima os dados em comparação à potência de algumas cidades catarinenses.
Dados Comparativos – 165MW* |
||||
Municípios |
MW |
Comparação |
Nº de UCs |
|
Florianópolis |
251,2 |
65,7% |
242.280 |
|
São José |
97,9 |
168,6% |
106.938 |
|
Palhoça |
61,8 |
266,9% |
83.452 |
|
Blumenau |
199,0 |
82,9% |
145.832 |
|
Joinville |
459,2 |
35,9% |
219.553 |
|
Lages |
64,2 |
257,1% |
66.381 |
|
Videira |
46,5 |
354,7% |
21.853 |
|
Concórdia |
55,7 |
296,0% |
33.163 |
|
Jaraguá do Sul |
120,0 |
137,5% |
67.084 |
|
Joaçaba |
21,8 |
758,1% |
13.867 |
|
Criciúma |
99,4 |
166,1% |
72.447 |
|
São Miguel d’Oeste |
20,9 |
789,8% |
18.548 |
|
Tubarão |
55,5 |
297,4% |
35.104 |
|
Rio do Sul |
35,2 |
469,2% |
28.820 |
|
Mafra |
19,5 |
847,3% |
23.758 |
|
São Bento do Sul |
45,7 |
360,9% |
32.743 |
|
Itajaí |
124,8 |
132,2% |
87.992 |
|
Chapecó |
122,6 |
134,6% |
88.170 |
*Comparação com a demanda de potência máxima de cada município ao longo do período do Horário de Verão.