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Semana da Consciência Negra da Unesc abre com debate sobre “Raça, Gênero e Classe”

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Hertz da Conceição Dias, do Maranhão, foi o palestrante da noite.

“O setor mais organizado e que está na vanguarda da luta contra o racismo em nosso país são as mulheres negras”. A afirmação é do professor de História e fundador do Gíria Vermelha um dos grupos de rap que fazem parte do movimento Hip Hop organizado do Maranhão “Quilombo Urbano”, Hertz da Conceição Dias. Ele esteve na Unesc na noite desta quarta-feira (16/11) para a abertura da 4º Semana da Consciência Negra da Universidade, realizada em parceria com movimentos sociais da região.

O evento ocorre até 22 de novembro, com atividades no campus universitário e no Parque das Nações que abordam temas como raça, gênero, classe e empoderamento feminino, além de feira de empreendedorismo e atividades culturais.

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Segundo Dias, que comandou uma mesa-redonda “Raça, Gênero e Classe”, mediada pela representante do Coletivo Chega de Racismo, Cintia dos Santos, as mulheres negras estavam ao lado dos homens no trabalho, nas comunidades quilombolas e dentro da organização da sociedade, sempre foram as mais marginalizadas.

“Ao contrário do que é passado, elas estavam no eito junto dos homens e sempre estiveram em uma condição ainda pior. E por uma questão objetiva, se organizaram para lutar contra o preconceito. Começou na escravidão e continua hoje. As mães da favela que têm seus filhos ou companheiros mortos e lutam por justiça. As mulheres que se unem contra as formas de preconceito. Há sempre uma delas como símbolo de lutas importantes”, comentou.

O palestrante, que é mestre em Educação pela Universidade Federal do Maranhão, afirmou ainda que a luta dos movimentos negros contra o racismo começou a passar por uma reorganização a partir de 2010, quando as pessoas puderam se autodeclarar negras. “Quando você se identifica como negro, fica mais fácil se sentir parte e fazer algo para mudar a situação”.

Para a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unesc, Luciane Ceretta, a Universidade não pode ficar à margem das questões que são importantes para a sociedade. “Estamos imersos em um cenário que não é positivo, é difícil e assustador em diversos momentos no que diz respeito ao preconceito de um modo geral. E nós precisamos trazer esse debate para dentro da Universidade, pois é missão dela não formar somente técnicos, mas cidadãos. Pessoas que vão fazer a diferença e ajudar a construir uma sociedade melhor”.

A abertura da Semana teve também a participação da coordenadora do NEAB (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Minorias) da Unesc, Janaína Vitório, da coordenadora do DIDH (Programa Diversidades, Inclusão e Direitos Humanos), Priscila Cardoso e do representante da Anarquistas Contra o Racismo, Ivan Ribeiro.

Durante a abertura do evento também foi lançado o site do NEAB: www.unesc.net/neab

Programação

A Semana da Consciência Negra segue com um sarau de poesia no hall dos blocos XXI da Unesc, nesta quinta-feira (17/11), no período noturno. Já no sábado (19/11), a partir das 14 horas, ocorre no Parque das Nações de Criciúma a 1ª Feira AfroEM – Feira de Afroempreendedores Sul Catarinense, o Picnic Afro Coletivo e as rodas de Samba, Capoeira, B.Boy e de Danças Urbanas.

No dia 21, às 19 horas, na sede da Aprofucri, no campus da Unesc, ocorre um show e diálogo com “Cores de Aidê” (AfroReggae) sobre empoderamento feminino negro, com a professora doutora da Unesc e do DIDH (Programa Diversidades, Inclusão e Direitos Humanos), Fernanda Lima. O evento encerra no dia 22, às 19 horas na sede da Aprofucri, com uma palestra com a coordenadora da Área Técnica da Saúde da População Negra na Secretaria de Saúde de Porto Alegre, enfermeira Eliana Oliveira Soares.

A Semana da Consciência Negra da Unesc é uma realização das pró-reitorias de Ensino de Graduação e de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, organizada pelo DIDH e NEAB (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Minorias) da Unesc.

A iniciativa conta com a parceria do PPGSCol (Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva) e Setor de Arte e Cultura da Universidade, Coletivo Chega de Racismo, Anarquistas Contra o Racismo, curso de História e Núcleo de pesquisa em Direitos Humanos e Cidadania da Unesc. Tem ainda o apoio das UNAs (Unidades Acadêmicas) SAU (Ciências da Saúde), CET (Ciências, Engenharias e Tecnologias), CSA (Ciências Sociais Aplicadas) e HCE (Humanidades, Ciências e Educação).

Francine Ferreira – Milena Nandi


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