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Brasil vive epidemia de sífilis, segundo Ministério Público Federal

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Secretaria de Estado da Saúde prepara plano de enfrentamento da sífilis congênita em Santa Catarina.

Eliminar a transmissão de sífilis da mãe para o bebê em todo o estado de Santa Catarina até 2019 é o grande objetivo do Plano de Redução da Sífilis Congênita que está sendo construído pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde. No ano passado, 475 bebês nasceram com a doença no estado – número 75% maior do que o registrado no ano anterior, quando as notificações de sífilis congênita totalizaram 272 casos. A sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e até morte do bebê.

“A sífilis tem cura, desde que o tratamento seja feito oportunamente. A partir do tratamento adequado da gestante e do seu parceiro sexual, o bebê nasce livre da doença, ou seja, a sífilis congênita é 100% evitável”, enfatiza Dulce Quevedo, gerente de Vigilância das DST, Aids e Hepatites Virais da Vigilância Epidemiológica. O tratamento é realizado com antibióticos indicados por um profissional de saúde. No caso das gestantes, o único antibiótico indicado é a penicilina, cujo abastecimento já está normalizado no estado.

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O Plano de Redução da Sífilis Congênita de Santa Catarina estabelece diversas estratégias a serem implementadas a partir de 2017 com a meta de melhorar a qualidade da atenção à saúde da mulher e do seu filho durante a gestação e o puerpério. Os objetivos são aumentar a cobertura da testagem para sífilis nas gestantes durante o pré-natal, bem como nos casais que estão planejando gestação; aumentar a cobertura de tratamento adequado nas gestantes com sífilis durante o pré-natal, incluindo o tratamento dos parceiros sexuais; e aumentar a cobertura de tratamento e o seguimento adequado dos recém-nascidos com sífilis congênita.

O documento está baseado no protocolo do Ministério da Saúde e requer o envolvimento dos três níveis de governo, por meio da atuação dos gestores e profissionais de saúde. “É fundamental o comprometimento dos gestores e dos profissionais de saúde dos níveis estadual e municipais para garantir a operacionalização do plano nos municípios”, enfatiza Eduardo Macário, diretor da Dive.

Dentre as diversas ações e atividades previstas estão o fomento e o apoio aos municípios para realizar campanhas de educação em saúde para prevenção da sífilis; reforçar as orientações sobre a sífilis nas situações em que o casal procurar atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS); convidar o parceiro para acompanhar a gestante às consultas; divulgar vídeos e/ou orientações nas salas de espera da UBS.  A testagem para sífilis deve ser realizada no 1°, no 2° e no 3° trimestre da gestação. Independente dos resultados, um novo exame deverá ser realizado no momento da internação hospitalar para o parto ou abortamento.

Para garantir o tratamento oportuno e adequado da sífilis gestacional, o plano prevê a intensificação, pelos municípios, da busca ativa das gestantes faltosas e a orientação para que instituam a ficha de acompanhamento da sífilis gestacional, a ser anexada ao Cartão da Gestante.

Outras ações pretendem investigar e tratar o recém-nascido antes da alta; conhecer e acompanhar os casos, sistematizar os dados e monitorar o tratamento da gestante; conhecer as vulnerabilidades dos serviços envolvidos no atendimento às pacientes com sífilis gestacional; investigar os casos de sífilis congênita para identificação das falhas ocorridas após o diagnóstico da sífilis gestacional e recomendar ações para a correção das mesmas; promover a formação e a atualização dos profissionais de saúde da Atenção Básica em relação ao diagnóstico e tratamento da sífilis com vistas a melhorar a qualidade do atendimento pré-natal.

Os casos de sífilis vêm aumentando ano a ano no mundo, no Brasil e em Santa Catarina. A estimativa da Organização Mundial da Saúde é que 937 mil pessoas são infectadas a cada ano no país. Em Santa Catarina, os casos de sífilis adquirida vêm aumentando em torno de 50% ao ano. Em 2015, foram registrados 5.706 novos casos, um crescimento de 53,5% em comparação aos 3.716 novos casos notificados no ano anterior. Em relação às gestantes (notificadas separadamente), o incremento foi de 61%, passando de 777 em 2014 para 1.254 em 2015.

No site da Dive há informações completas sobre a doença, formas de transmissão e de prevenção e um link para a lista das unidades de saúde que oferecem o teste rápido, de forma rápida, gratuita e sigilosa.

Francine Ferreira – Eduardo Correia


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