Incidência e mortalidade provocada pela doença vem aumento nos últimos anos.
O câncer de colo de intestino é o segundo tipo de câncer que mais mata no mundo e em frequência fica atrás dos tumores de próstata ou mama. Nos últimos anos, a incidência da doença vem aumentando e, consequentemente, a sua mortalidade também. Quanto antes o câncer foi identificado maiores são as chances de cura, por isso, a prevenção é fundamental. O Setembro Verde é uma campanha criada para reforçar os métodos preventivos a serem realizados em relação à doença e para que a sociedade tenha consciência dos riscos da patologia.
De acordo com o médico gastroenterologista do Hospital Unimed Criciúma, Josue Ferreira, a doença acomete mais pessoas acima dos 50 anos, indivíduos que possuem histórico de câncer no intestino na família, além de fumantes e pessoas acima do peso. “A recomendação é que todos que tenham acima dos 50 anos procure um médico para fazer o exame, mesmo que não tenha nenhum sintoma”, alerta o especialista.
Um em cada sete casos de câncer de intestino ocorre em pacientes jovens, os casos não são frequentes, mas existem. No entanto, quanto maior a idade, maiores são as chances de câncer intestinal. “Por volta dos 70 anos quase 10% da população vai sofrer alguma lesão no intestino”, salienta Ferreira. Se o paciente possui menos que 50 anos e apresenta os seguintes sintomas de alerta: sangue nas fezes, emagrecimento e alteração do ritmo intestinal – tanto diarreia quanto a ausência da evacuação – ele também deve procurar um médico.
Em relação à prevenção alguns métodos devem ser praticados, sendo que o mais simples seria a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o sangue na evacuação se confirme, o paciente será encaminhado para o exame de colonoscopia. “A pesquisa oculta nas fezes, além de simples é a forma mais barata a nível de população, deve ser feito anualmente para que se obtenha benefícios. Este procedimento pode ser realizado em laboratório”, comenta o especialista. Porém, segundo Ferreira, a colonoscopia, um procedimento realizado no Hospital Unimed Criciúma, é a forma mais eficiente de identificar a doença.
Para a realização da colonoscopia é preciso fazer uma limpeza intestinal. “O paciente tem que seguir uma dieta leve e tomar relaxativos. Este processo ocorre de um a dois dias antes do procedimento, que é realizado com sedação e possui uma duração média entre 20 e 30 minutos”. Ainda segundo Ferreira, existe um pouco de preconceito ou constrangimento em relação ao câncer de intestino. “As pessoas ficam com vergonha de relatar seus problemas com o intestino, é mais uma barreira para adiar o tratamento, que, dependendo do seu estágio, pode estar agravado”.
O especialista ressalta que os países em desenvolvimento, como o Brasil, ainda não atuam em formas de prevenção, o que vai causar um impacto de câncer no intestino nos próximos 15 ou 20 anos. “Os Estados Unidos, por exemplo, é um país que atua na prevenção do câncer de intestino há 25 anos e, de lá para cá, houve uma redução na mortalidade da população”, compara.