A cena é comum, banal já. Adentre a internet, ou ela entra em você pelos outros a metralhar seus ouvidos. Ou você que metralha os ouvidos alheios. Um bom dia, boa tarde e lá vamos nós discutir a eficácia da vacina ou porque os cientistas não nos contam a verdade ou vamos discutir a guerra na Europa e justificar os porquês de os russos estarem certos ou errados. E quem não está hoje em dia?!
De um lado um youtuber bem intencionado, segundo os parâmetros de seus aficionados, do outro lado um youtuber estudado, com diploma de bem educado e que procura fazer suas interlocuções com base em leituras diversas.
Cai a bomba, cai o governante, cai o ânimo, cai o salário, cai o poder de compra. A internet nos bombardeia. A televisão queda-se calada na sala, o rádio já nem funciona mais. A internet reina quase soberana e já impera definitivamente em alguns lares, algumas mentes, alguns corações.
A TV aberta mente. A TV aberta não informa completamente. O rádio só tem propaganda. Os jornais e revistas somem e nem prateleiras ou bancas de jornais vemos mais. Só o que importa é o grupo de “zapzap” que participo e as informações por lá veiculadas.
Russos são culpados.
Ucranianos são culpados.
Os EUA são culpados.
A China é culpada.
A vacina mata.
O homem não foi à lua.
A terra é plana.
O calendário está errado.
Há alienígenas entre nós.
A verdade está lá fora.
Nesse bombardeio de informações diárias, há ainda quem consiga ficar incólume?
O melhor jeito, me parece, tem sido procurar informar com a maior credibilidade possível, sem fórmula alguma para tanto. Há que se ter um olhar atento, buscar critérios mais palpáveis e evitar o sensacionalismo, seja da mídia tradicional ou virtual. Porque, nesse mundo de loucos, parece que sempre tem gente torcendo pelo fim, inclusive de nós mesmos.