A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) informa que de 1º a 19 de janeiro deste ano foram notificados 292 casos suspeitos de dengue em Santa Catarina. Desses, 3 (1%) foram confirmados (todos pelo critério laboratorial), 20 (7%) foram descartados e 269 (92%) casos suspeitos estão em investigação.
Do total de casos confirmados, 1 (33%) é importado (transmissão fora do Estado) e 2 (67%) estão em investigação para definição do local provável de transmissão.
Em 2015, foram confirmados 3.613 casos de dengue, 3.276 autóctones, 272 importados e 65 estão em investigação.Informamos que o suposto caso de zika vírus em Itapoá não está computado no balanço pois não houve notificação oficial até o momento.
A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor retro-orbital (atrás dos olhos), e manchas vermelhas na pele.
Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.
Comparando os anos de 2015 e 2016, até a Semana Epidemiológica 2, em 2015 foram confirmados 18 casos autóctones de dengue, enquanto em 2016 nenhum caso autóctone foi confirmado no mesmo período.
Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti, em Santa Catarina, até a Semana Epidemiológica 2/2016 (de 3 a 16 de janeiro de 2016), foram identificados 475 focos, em 55 municípios. Neste mesmo período em 2015, tinham sido identificados 350 focos em 35 municípios (Figura 2).
Atualmente existem 28 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti: Anchieta, Balneário Camboriú, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Joinville, Maravilha, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, São Bernardino, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim. A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.
Febre de chikungunya
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) informa que de 1 a 19 de janeiro de 2016 foram notificados cinco casos suspeitos de febre de chikungunya em Santa Catarina, todos permanecendo em investigação. Em 2015 foram confirmados três casos de chikungunya, dos quais um autóctone e dois importados.
A chikungunya é uma infecção viral causada pelo vírus Chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa “aquele que se curva”.
A doença também é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada pelo vírus.
Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.
Febre do zika vírus
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica informa que de 1 a 19 de janeiro de 2016 foram notificados 17 casos suspeitos de febre do zika vírus em Santa Catarina. Destes, 4 foram confirmados, 2 foram descartados e 11 permanecem em investigação.
Todos os casos confirmados são importados e foram confirmados pelo critério clínico-epidemiológico (após diagnóstico diferencial negativo para dengue, sarampo, rubéola e parvovírus). Estes casos foram identificados em Braço do Norte, Florianópolis e Ipuaçu, e o provável local de infecção foram os estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Sergipe.
Em 2015, foram notificados 76 casos, dos quais 9 foram confirmados (identificados em Itapema, Laguna, Florianópolis, Bombinhas, Gaspar e Pomerode, todos importados, confirmados pelo critério clínico-epidemiológico), 44 foram descartados e 23 permanecem em investigação. Em relação ao boletim anterior (divulgadono dia 11 de janeiro), foi confirmado mais um caso de zika vírus, importado, no município de Itapema.
O zika vírus uma doença causada pelo vírus zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, geralmente sem complicações graves.
Mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.
A partir de abril de 2015, o Brasil vem detectando casos de febre do zika vírus. Atualmente, há circulação do ZIKAV em 19 estados do país.
Recentemente, foi observada uma correlação entre a infecção pelo ZIKAV e a ocorrência de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) e casos de Microcefalia no nordeste do Brasil. Esta hipótese está em investigação, e foi decretada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.
Em Santa Catarina, seguindo orientações do Ministério da Saúde, a vigilância de zika vírus foi implantada em unidades sentinelas localizada em 5 municípios catarinenses. Essas unidades sentinelas têm como características essenciais o atendimento de parcela representativa da população, ser um serviço de pronto-atendimento, possuir boa articulação com a vigilância epidemiológica e capacidade para coletar, processar, armazenar e encaminhar amostras laboratoriais:
- Chapecó: Pronto Atendimento Efapi;
- Florianópolis: Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul e UPA Norte;
- Itajaí: Pronto Atendimento São Vicente;
- Joinville: Pronto Atendimento Sul;
- São Miguel do Oeste: Unidade de Pronto Atendimento (UPA)Leonardo Weissheimer.
Além da Vigilância sentinela, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica também monitora casos suspeitos de zika vírus oriundos de outros estados (importados), com o objetivo de desencadear ações oportunas de controle vetorial.
Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti
- Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
- Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
- Mantenha lixeiras tampadas;
- Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
- Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
- Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;
- Mantenha ralos fechados e desentupidos;
- Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
- Retire a água acumulada em lajes;
- Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
- Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
- Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.
- Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
- Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya o Zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento.