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Um 2017 diferente passa por um técnico diferente

eduardo madeira

O ano de 2016 já acabou pelo Criciúma. Sem chances de ser rebaixado, tampouco de subir para a primeira divisão, o Tigre está relegado a mais uma temporada na Série B, a terceira consecutiva. As próximas semanas, entretanto, serão decisivas para o futuro carvoeiro. Será um momento de estudos e análises, projetando o que pode vir em 2017. Uma decisão importante neste momento pode fazer com que sorrisos ou lágrimas sejam refletidas em 12 meses.

A mudança mais primordial passa pelo banco de reservas. Roberto Cavalo não é o técnico ideal para o projeto que o Criciúma precisa implementar. O primordial hoje é ter um técnico virtuoso, jovem, com novas ideias e fôlego para aplicar um modelo de trabalho alinhado com o que visto nos principais clubes do planeta. Parece ser muita ousadia, mas tem muita gente fazendo bastante com pouco recurso e se destacando no cenário nacional.

Foto Caio Marcelo Criciúma ec

Foto: Caio Marcelo.

Cavalo é exatamente o oposto disso. Os treinamentos coletivos, hoje quase abolidos pelos principais treinadores, é a principal ferramenta do comandante carvoeiro para articular a equipe. Perde-se a chance de ajustar o time taticamente e de observar alternativas de jogo em outras funções.

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Além do modelo de treinamento, o Criciúma conta hoje com um técnico com ideias ultrapassadas, que eram aplicadas pelos principais treinadores há 10 ou 15 anos, quando ele começou a atuar como treinador. O futebol mudou, e não foi pouco, neste período. Cavalo está parado no tempo. Ele está no tempo das marcações individuais, do volante fixo para liberar os laterais, dos vários atacantes para ser mais ofensivo e dos defensores em demasia para se defender melhor. É o técnico que faz o Tigre abusar dos cruzamentos e ser um dos principais da Série B neste quesito e também nos lançamentos. É o treinador que faz o time fazer força para jogar mal.

Você pode me perguntar se Cavalo é o maior culpado pelo “não acesso” do Criciúma. Não sei se é o maior, mas está no centro de tudo. Pode-se creditar a montagem do elenco… Mas isso passou pelo crivo dele. Pode-se falar de jogadores de baixa qualidade… Ou será que alguns foram mal explorados dentro de campo? Qualquer crítica que possa ser feita ao time em 2016 passa pelo técnico.

Se a ideia do presidente Jaime Dal Farra é, de fato, aplicar um projeto a longo prazo, aproveitando a base e se tornando um clube dominante em Santa Catarina, precisa pensar num futuro sem Cavalo. Reconheço que isso é difícil. A manutenção do técnico parece estar fixa na cabeça do mandatário criciumense e o contrato longo que Cavalo tem é um invólucro de mistérios a respeito da multa, principalmente. Mas é preciso refletir sobre o que foi 2016 e qual a responsabilidade do técnico dentro disso tudo. A constatação parece ser clara: um ano de 2017 diferente começa com um treinador diferente.


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