O gol da vitória sobre o Paraná na última sexta-feira, dia 22, representou o ápice de Ricardinho com a camisa do Criciúma. Desde o começo do ano no Sul do Estado, o meio-campista nunca caiu nas graças da torcida. Transitando entre o time titular e reserva, ele ainda não apresentou futebol devidamente convincente para figurar entre os 11 preferidos do técnico Roberto Cavalo. O que poucos param para pensar é que Ricardinho é um jogador extremamente útil para se ter no elenco.
O primeiro ponto é a versatilidade que possui. Atua como meio-campista central, compondo a primeira linha, e pode também atuar mais adiantado, fazendo a linha ofensiva pelo lado direito. Em última instância, pode jogar como lateral-direito. Ricardinho cumpre todas as funções com regularidade. Não brilha, mas não compromete. Por essas e outras que o chamo de “operário”: não está no elenco para ser “o cara” do time, mas sim para trabalhar pela equipe.
Ricardinho é um jogador que dá bom dinamismo no meio-campo. Tem boa condução de bola e aproxima os setores. Se destaca ainda nos passes, como aponta o Foot Stats – o meio-campista acertou 180 passes em sete jogos, média de 25,7 passes certos por jogo. Levando em conta que participou de 506 minutos na Série B (média de 72 minutos por jogo), ele acerta um passe a cada 2,8 minutos. Além disso, ele erra poucos passes, como mostra o gráfico abaixo:
O principal ponto, entretanto, que mais questiono em seu futebol é a aproximação no campo de ataque. Centro-campistas precisam fazer esta aproximação para não descompactar o time e apresentar opções aos companheiros. Ricardinho precisa fazer mais isso. Uma prova disso é registrado nas finalizações. O Foot Stats aponta que ele finalizou somente duas vezes na competição inteira.
Ressalte-se que em meu Criciúma ideal, Ricardinho não seria titular. Ainda o enxergo atrás de Barreto, Dodi e João Afonso, mas tê-lo no elenco é de grande valia. É uma opção para compor o centro do gramado e trabalhar pelo time. Não se pode cobrar de Ricardinho o que é cobrado de Gustavo e Élvis, por exemplo. Cobre-se o que é de capacidade dele: dinamismo, bom passe e luta por espaço. É o operário que todo empregado gosta de ter e que deve ser valorizado pelo serviço eficaz que desempenha nos jogos.