A calvície é um problema que afeta principalmente os homens, pois a testosterona, hormônio sexual masculino, é a maior responsável pela queda dos cabelos.
Embora as mulheres também a produzam, nelas a quantidade é muito menor. Aproximadamente 40 milhões de brasileiros são calvos. Entre os homens que tem os fatores genéticos como causa predominante.
O que é a calvície?
A calvície é uma forma de alopecia progressiva (perda de cabelos), em geral devido a fatores hereditários. O tipo mais comum é a alopecia (perda parcial ou total dos cabelos) androgenética ou androgênica, também chamada de calvície de padrão masculino.
Porque os cabelos caem?
A raiz do cabelo, ou bulbo capilar, localiza-se num meio bioquímico nutritivo para que as células se multipliquem e formem uma haste que vai aumentando de tamanho. Essas células vão se renovando de baixo para cima e morrem na ponta do fio. Os cabelos, depois de certo tempo, caem e são substituídos por outros, num processo de renovação permanente. Nos casos de calvície, porém, há uma atrofia dos bulbos capilares e não crescem novos fios.
Nem toda queda de cabelos tem a mesma intensidade, as mesmas características clínicas e o mesmo curso final da calvície. Os cabelos caem devido a um processo de envelhecimento dos fios, à progressão da idade da pessoa, a certas doenças sistêmicas e a medicações citotóxicas usadas para tratar o câncer.
Quais as causas da calvície?
Os cabelos cumprem um ciclo de vida e morte, com duração de alguns anos. Os 100 mil a 150 mil fios de cabelo existentes na cabeça de uma pessoa estão continuamente se renovando. Antes de caírem, eles degeneram e afinam.
Nos calvos o processo é mais acentuado, mais rápido ou os cabelos nem chegam a nascer. O afilamento e a queda dos cabelos dependem da presença da dihidrotestosterona (DHT) nos folículos capilares. Esta, por sua vez, resulta da transformação da testosterona através de uma enzima (5-alfa-redutase tipo 2), existente em todas as pessoas. Assim, alguém que tenha nascido com uma tendência a ter essa enzima em quantidades maiores do que as normais ou que tenha um número de receptores maiores para ela terá maior tendência à calvície.
Qual a idade mais perigosa para a calvície aparecer?
Dezessete anos é a idade mais perigosa para a calvície começar a instalar-se definitivamente. Essas pessoas, por razões genéticas e hormonais, aos 22-23 anos já estão carecas. Aquelas que vão perdendo os cabelos mais devagar a partir dos 25-26 anos podem contar com melhores resultados no tratamento, porque nelas a participação da hereditariedade é menor.
A genética pode manifestar-se sob dois diferentes aspectos: um, em que o gene provoca a queda permanente do cabelo e outro, em que o gene produz excesso de oleosidade, causa da dermatite seborreica que também derruba os cabelos, embora eles caiam em menor quantidade e mais lentamente.
Os hormônios androgenéticos, isto é, os hormônios masculinos, entre eles a testosterona, agem não só diminuindo a produção dos pelos e inibindo a proliferação das células formadoras da haste capilar, mas também na glândula sebácea anexa ao pelo, aumentando a oleosidade. Por isso, quase 90% dos carecas têm pele e couro cabeludo oleosos. Em geral, eles perdem os cabelos mais tardiamente, por volta dos 25 anos, e devem tratar a dermatite para controlar a queda.
Qual o tratamento da calvície?
O tratamento da calvície consiste na prevenção da queda de cabelos ou na tentativa de recuperar aqueles fios já perdidos. Quanto ao primeiro quesito, estão disponíveis algumas medicações:
- Finasterida : talvez seja o medicamento mais efetivo. Ela inibe a produção da DHT e, com isso, impede a queda de cabelo. É usada na forma de comprimidos diários;
- Minoxidil : loção de aplicação tópica que visa melhorar a vascularização dos folículos capilares atrofiados.
Além disso, tem a opção de fazer um implante capilar. Algumas pessoas consideram boa a resposta alcançada após um implante.
No caso das mulheres, produtos que diminuem a ação dos hormônios androgênicos sobre os cabelos também são uma opção de tratamento.
A indicação do tratamento mais apropriado vai depender de cada caso, devendo ser feita por um médico dermatologista, pois o quadro clínico varia muito de paciente para paciente.
O uso de bonés apertados prejudica?
O melhor é evitar o uso do boné que abafa e esquenta a cabeça. Quem o usa com frequência repete o erro das pessoas que lavam o cabelo para tirar a oleosidade e depois passam secador quente, o que faz a gordura reaparecer. Quanto menos calor, melhor para os cabelos oleosos.
Infelizmente, tornou-se um hábito da juventude atual usar boné, o que é prejudicial tanto no sentido da tração do couro cabeludo quanto no da produção de calor o que prejudica os tecidos dessa região.
Últimas recomendações
Alguns casos de perda de cabelos merecem atenção especial. É importante ficar atento. Nem todos os tratamentos para calvície (muitos se dizem milagrosos) produzem os efeitos desejados. Ao contrário, as reações colaterais podem ser realmente adversas. Por isso, a dica é não se automedicar e procurar um dermatologista se a pessoa notar que:
- Os cabelos estão caindo mais depressa e em maior quantidade nos últimos meses, ou caem em tufos;
- O couro cabeludo está vermelho, coça muito ou arde;
- A produção de oleosidade está muito acima do normal;
- Sinais de caspa aparecem nas roupas e nos fios.
E lembre-se que, como todas as outras funções do organismo, a renovação dos cabelos fica mais lenta com o passar dos anos e parte dos fios que caíram não voltam a crescer. De acordo com a herança genética, esse tipo de alopecia atinge em graus diferentes os homens e as mulheres depois os 50 anos de idade.
Juliane Menegon Macan Fritzen – Farmacêutica da Maxfama Drogaria e Farmácia de Manipulação